O fator químico é sem dúvida o mais relevante, pois sabe-se que alguns grupos medicamentosos possuem alto grau de dependência química e isso está diretamente ligado ao seu princípio ativo. E são medicamentos que obrigatoriamente só são prescritos mediante apresentação de receituários controlados pelos órgãos de controle do sistema de saúde.
Toda medicação é formulada para agir em uma área específica de nosso corpo e tem a função de restabelecer o seu bom funcionamento. Vamos usar como exemplo o grupo dos medicamentos que induzem o sono. Para isso precisamos entender minimamente como o nosso corpo adormece, não é mesmo?
Bem, após um dia normal de trabalho nos sentimos cansados e nosso corpo naturalmente ao entardecer e com a diminuição da luminosidade inicia um ciclo de repouso para se recuperar do desgaste sofrido após um dia de trabalho. O ciclo de adormecimento é determinado por um grupo específicos de hormônios e que tem a função de relaxar a nossa musculatura, diminuindo a tensão muscular e nos preparando para o repouso. Funciona basicamente da seguinte forma, nossa respiração fica mais suave, nosso coração diminui o rimo cardíaco e nossos músculos ficam mais relaxados. E em pouco tempo começamos a bocejar com mais frequência e intensidade e logo estamos sonolentos, prontos para dormir. É assim com você também?
Para algumas pessoas não é assim! Mesmo cansadas de um dia exaustivo de trabalho elas não conseguem iniciar este ciclo de adormecimento e necessitam do suporte medicamentoso, por algum tempo, para induzir o processo de adormecimento. Para estas pessoas o sono é um desafio diário e é neste momento em que a medicação entra para ajudar o organismo a promover um quadro de bem-estar. Neste contexto a medicação é fundamental para que a pessoa possa dar continuidade as suas atividades diárias, pois sem um boa noite de sono o dia seguinte se torna muito mais difícil.
Desta forma temos que sem ação química a pessoa perde qualidade de vida, pois não consegue naturalmente descansar o seu corpo, mesmo ele estando cansado. Neste sentido, temos uma relação de dependência do organismo a uma substância química do medicamento que induz o sono.
Já o fator comportamental está diretamente ligado a relação que a pessoa estabelece com a substância química do medicamento, no sentido de que ela naturalmente tende a buscar o caminho mais fácil para alcançar a sua satisfação. E como é isso na prática?
Bem, imagine que em um determinado momento uma pessoa que ainda não havia feito uso de medicação, comece a apresentar dificuldades para iniciar o ciclo do sono e que por tanto precisa fazer uso de medicação. Está pessoa passa então a ter o ciclo de sono induzido pelo uso da medicação e passa a se sentir melhor. Acorda mais disposta, sem dores no corpo, com menos dor de cabeça e seu humor melhora. Consequentemente a sua saúde global apresenta uma melhora significativa. Prazeroso não é mesmo?
É aí que o fator comportamental aparece, a pessoa se acomoda, pois se sente confortável com a situação, pois a medicação está agindo em seu organismo. Desta forma a pessoa não precisa mudar em nada os seus hábitos e costumes para voltar a ter um boa noite de sono. Ou seja, o único esforço que ela precisa fazer é não deixar faltar o medicamento.
E o que estamos chamando aqui de fator comportamental? É exatamente o fato de que a pessoa se vincula aos efeitos benéficos da medicação e passa a fazer uma associação direta de que só é possível voltar a ter um ciclo de sono regular se fizer o uso da medicação. Quando na verdade existem outros meios que podem trazer resultados semelhantes e até melhores, sem os custos que os medicamentos trazem ao organismo de uma forma geral a médio prazo.
Todo medicamento é uma droga sintética que foi produzido para uso por um período determinado e que após este período seu uso precisa ser interrompido. E isso acontece em função de não ser algo natural do organismo. Em resumo, se você usa alguma medicação é provável que seu médico em um determinado momento precise fazer a retirada da medicação para evitar prejuízos ao seu organismo.
E o que fazer para evitar está situação? Bem, em primeiro lugar converse com o seu psiquiatra e peça orientação. Ele provavelmente vai oferecer alternativas que irão produzir um bom resultado e seu sono voltará gradativamente ao seu estado natural.
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