Está pergunta é mais comum do que se imagina, posso parar de tomar o antidepressivo? Muitas pessoas que fazem uso de algum medicamento do grupo dos antidepressivos tendem a abandonar o tratamento antes mesmo dos resultados esperados se consolidar. E por que isso acontece?
Bem, vamos entender minimamente como é o processo de atuação de um medicamento no organismo. Para isso tentaremos descrever o processo, não só do uso da medicação, mas desde o início, no primeiro contato com o seu psiquiatra. Vamos lá?
Usualmente o paciente procura um psiquiatra de sua confiança e relata o desconforto que está sentido, disponibilizando o maior número de informações possíveis.
Os detalhes são muito importantes neste momento, mas nem sempre o paciente consegue informar com clareza, pois são muitas sensações que confundem a sua percepção da realidade. Com base nestas informações, fornecidas pelo paciente ou em alguns casos por familiares, o psiquiatra fará alguns questionamentos para confirmar a sua hipótese diagnostica. E se ele julgar que as informações disponibilizadas foram suficientes o processo será finalizado, do contrário ele fará questionamentos para esclarecer suas dúvidas e por fim teremos um diagnóstico. E com o diagnostico definido será adotado o uso de uma medicação ou mais de uma se for o caso.
A medicação até apresentar o seu melhor resultado no organismo do paciente precisa de uma janela temporal extremamente necessária para que o psiquiatra possa avaliar a sua resposta e adaptação ao organismo. Isso porque cada pessoa reage a medicação de forma diferente, uns se adaptam bem e outros precisam de pequenos ajustes na dosagem e ou na formulação.
Passado este momento inicial a medicação começa a apresentar os seus resultados, mas ainda não é o seu melhor resultado, pois o organismo ainda não está respondendo plenamente a ação química da medicação, mas já começa a aparecer alguns bons resultados de seu uso e alguns efeitos colaterais. E é neste momento que surge o questionamento: posso parar de tomar antidepressivo?
A melhora geral do organismo com a diminuição dos sintomas físicos que são desconfortáveis passa a dar lugar a uma sensação de bem-estar, mas que pode vir acompanhada de alguns efeitos colaterais decorrentes da medicação.
Toda medicação pode apresentar efeitos colaterais que são desconfortáveis, mas que fazem parte do tratamento. Em casos muito específicos os efeitos colaterais são maiores e mais intensos do que os resultados positivos do tratamento, por tanto, precisamos persistir com o uso da medicação e aprender a conviver com a medicação até que os ajustes possam ser feitos.
Quando percebemos que estamos nos sentindo bem e que já quase não sentimos os desconfortos de antes, mas que agora temos que conviver com os efeitos colaterais da medicação, muitos interrompem o seu uso.
O que o paciente ainda não sabe e que a interrupção do tratamento vai gerar um retrocesso em seu organismo, pois ele ainda não está preparado para a retirada da medicação que deve ser feita de forma gradativa. Quando a medicação é retirada ou interrompida de forma abrupta o corpo reage apresentando desconforto muito semelhantes aos sintomas iniciais.
Por isso não interrompa o seu tratamento sem antes conversar com o seu psiquiatra.
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